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domingo, 4 de março de 2012

O Rap é poesia mesmo?

Hoje a idéia de que o estilo musical conhecido como "Hip-hop" é um produto marginal vem sendo ultrapassada por novas concepções. Na verdade o Rap nada mais é que a música dessa cultura artística, que em sua essência possui 4 elementos específicos: Rap, DJ, Breakdance e Graffiti, como todos já sabem.

Existe muita informação sobre tal movimento. Essas informações não são difíceis de encontrar, e de qualquer forma, a questão aqui abordada é outra. Este não é um texto desses que a mídia especializada vincula, mas um questionamento pessoal, que tenho certeza, os representantes dessa cultura compartilham.

Quem fala de Rap fala do Rapper ou do Emecee: Diferentes nomes para diferentes funções - como defende, de forma irrefutável, o roteiro do documentário "The Mc: Why we do it?". Esses são os que representam a fala, o ponto de vista, a "idéia", o "papo", que na verdade é a verdadeira tradução da palavra "Rap" e que faz tanto sentido quanto "Rhythm and Poetry" (Ritmo e Poesia) como é mais conhecido.

Então onde é que está a poesia?
Se a cada vez que um indivíduo for compôr fizer a si mesmo tal indagação, as coisas ficam mais fáceis para quem busca a poesia no Rap. Muitos começam a escrever e não tem coinsciência do quanto isso afeta a quem ouve. É responsabilidade demais pegar o microfone, e poucos entendem isso.

Não sejamos hipócritas, não precisamos viver o tempo todo do saudosismo e citar regularmente que "Os Relíquia" - como são conhecidos os grandes nomes do Hip-hop - são insubstituíveis. É preciso criar o novo, a poesia real e não cheia de floreio apenas por vaidade, por métrica e criatividade exacerbada. É preciso ser sincero na hora de criar, na hora de ouvir e não deixar a poesia morrer pela tendência, pela moda. Somos todos responsáveis por isso, pela vida disso, pelo legado como um todo.

O Rap é poesia sim, e é nosso. Somos nós, então cuidemos!

Fellipe Dantas - [F2L]